sábado, abril 14, 2007

Energia: o sinal verde está aberto


Josemar Lopes

Após ter deixado passar a chance do século com o negocio de créditos de carbono de carbono, já tendo ficado para trás de países como índia, México e china, o Brasil volta a ter sua chance de explorar aquilo que ainda tem em grande potencial: a capacidade ambiental. O caminho verde é novamente apresentado ao país através da declaração da União européia de que pretende (e precisa) importar etanol para auxiliar seu processo de desenvolvimento limpo, pois trabalhando só com energias fosseis não será possível cumprir o estabelecido no protocolo de Kyoto.

A União européia começou a elaborar, no final do mês de março, em Bruxelas, uma lei que visa exigir que exportadores de bicombustíveis do mundo inteiro certifiquem seus produtos quanto à sustentabilidade ambiental, para que os mesmos possam entrar na união européia. Como existe, em muitos lugares da Europa, o temor de que produtos importados de países, como o Brasil, possam prejudicar a produção voltada ao consumo local e afetar o meio ambiente, esta medida seria necessária para assegurar que os países exportadores de etanol desenvolvam-se não apenas economicamente, mas também em termos ambientais e sociais. Segundo Klaus Gretscmhan, diretor da secretaria do conselho da Europa, alguns países do bloco não têm possibilidade de atingir a meta estabelecida de para que até 2020 10% da frota seja abastecida com etanol sem prejudicar a produção de alimentos. A solução, nestes casos, seria importar 100% do produto.

Esta imposição, vista por muitos como empecilho às exportações brasileiras, na verdade é apenas mais um incentivo, pois o Brasil tem o menor custo de produção de etanol do mundo, o que alguns outros países também poderiam conseguir. No entanto, nenhum país, exceto o Brasil, conseguiria produzir a preços tão baixos ao mesmo tempo em que atende a exigências sociais e ambientais. Assim, esta imposição da União Européia, maior consumidor em potencial para o etanol brasileiro, seria apenas mais uma contribuição para que o Brasil se firme no mercado energético mundial e, quem sabe, no futuro, se torne um “Golfo do Pérsico verde”.