Reforma Universitária: bom ou ruim?
Vivian Medeiros
Desde o princípio do primeiro mandato de nosso atual Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está correndo uma vasta discussão sobre a reforma universitária. Não querendo entrar em muitos detalhes a respeito das alterações na legislação brasileira, e sim com intuito de verificar a realidade que nos cerca, escrevo o artigo deste mês de maio dedicado à educação brasileira.
Algumas alterações são claras tendo em vista o quadro em que se apresentam as universidades no Brasil. A proliferação de cursos como Administração, Contabilidade, Pedagogia, nos faz pensar a respeito da qualidade dos mesmos. A diminuição do tempo de muitos cursos, como por exemplo, os de licenciatura, nos levam a fazer reflexões a respeito se esta reforma é uma reforma qualitativa ou quantitativa.
Mas a questão que mais me chama atenção é sobre a proliferação dos cursos chamados EAD (Ensino a distância), que cada vez mais crescem no mercado educacional. Basta abrir os jornais que aí aparecer vestibulares para estes cursos, que não exigem aula presencial. Contudo, como ficam os trabalhadores que estudaram mais de oito anos para se tornarem mestres e doutores? E a questão da qualidade do profissional que se forma num curso desses? É cada vez mais visível a formação em massa de pessoas em nível superior que não conseguem ter um nível de conteúdo satisfatório através destes cursos.
Vamos usar como exemplo os cursos de Direito, que cada vez mais se proliferam, e cada vez menos são aprovados novos advogados pela OAB. A incapacidade das universidades de prepararem o profissional para o mercado de trabalho é algo que com esta reforma se acentua cada vez mais. Então, refazendo a pergunta feita acima, é uma reforma qualitativa ou quantitativa? Em minha opinião é quantitativa. Uma vez que cada vez mais as universidades pensam em formarem mais e mais profissionais, mas sem a devida qualidade que deveria de existir.
No entanto até as universidades públicas estão entrando nesta mudança e incorporando estes cursos de EAD. O sucateamento das universidades federais é cada vez maior, a falta de professores pra suprir os quadros necessários de docentes é cada vez maior, e a pergunta é: Onde tudo isso vai parar? Vamos parar em um mercado de trabalho saturado de profissionais formados, todavia, sem um nível adequado para tais cargos.
O lado assistencialista desta reforma é bom, mas o lado qualitativo é muito ruim. É por isto que defendo uma reforma na educação básica, e uma maior igualdade no ensino fundamental e médio, para que possamos ser iguais na hora de disputar uma vaga com alunos da rede particular de ensino. Penso que, se tivermos boas universidades públicas, poderíamos abrir mais e mais vagas. E com uma reforma na educação básica, teríamos um número muito mais elevado de estudantes pobres dentro das universidades públicas, e se formando com a qualidade de ensino adequada.
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