terça-feira, setembro 30, 2008

E a Prefeitura vai para...

Candidatos à Prefeitura paulistana sequer sabem onde fica o MAM.

Por Fernando Galacine
Editor do JE em São Paulo

Três dos sete principais candidatos à Prefeitura da maior cidade do país não sabem qual é o serviço público com maior índice de reclamações em São Paulo. A informação veio descontraidamente, numa segunda-feira à noite, no programa humorístico CQC, da Bandeirantes. Com exceção da candidata Marta Suplicy, que se negou a realizar a sabatina, todos os outros candidatos, entre eles o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, o ex-prefeito e freqüentador das páginas policias Paulo Maluf e a ex-Vj e vereadora Soninha Francine responderam a 14 perguntas que iam desde o preço da passagem de ônibus na capital paulista até a localização do Museu de Arte Moderna de São Paulo, o MAM. Entre perguntas fundamentais para entender o cotidiano da maior cidade do país e outras não tão necessárias, com pitadas ironia, o telespectador via o quanto a maioria dos candidatos, de partidos quase desconhecidos, está mal preparada para assumir um cargo de tamanha responsabilidade.

Entre os mais populares falta modéstia, e sobra desconfiança. Marta Suplicy deixou claro que sua campanha, após o relaxa e goza, será direcionada para lugares onde a ex Ministra do Turismo e ex Prefeita de São Paulo não caia no ridículo. Geraldo Alckmin esforça-se para convencer que não desocupará o cargo de prefeito, caso eleito, para candidatar-se ao Governo de São Paulo, em 2010, a exemplo do atual governador do Estado, e colega de partido, José Serra. Gilberto Kassab policia-se a todo instante para que a sua agenda como prefeito não seja confundida com a de campanha, mas é inegável que além de golpes de popularidade, como aumentar de duas para três horas o uso contínuo do Bilhete único, Kassab só está no páreo na corrida eleitoral porque tornou-se prefeito às custas da desistência de Serra, numa cidade onde sequer era conhecido há pouco mais de três anos e agora ocupa a segunda posição nas pesquisas. Por fim pode-se dizer que Paulo Maluf é a personificação do candidato ideal para não ser eleito. O incrível, e porque não, bizarro, é que Maluf ainda se gaba de suas obras e de seus mandatos nos anos 90 tanto na cidade quanto no Estado de São Paulo. “A modéstia me impede de dizer, mas o DataFolha diz que o melhor prefeito de São Paulo, foi o Paulo Maluf” afirmou na sabatina, o próprio Maluf. “Então perdi a aposta” completa o repórter Danilo Gentilli. “Eu apostei com todo mundo que o senhor [Maluf] iria dizer que foi o Pitta”. Num universo em que um só faltou esganar ao outro, conhecimento sobre nós, eleitores e os nossos respectivos problemas, os candidatos mostraram que não têm. Resta saber se a recíproca do eleitor na hora do voto será a mesma.

>> Veja a sabatina